Se escreveu tese, precisa de revisão linguística.
Existem muitos tipos de revisão de textos, aqui vamos apresentar vários e um deles será mais adequado a seu texto.
Para teses ou dissertações, oferecemos a revisão acadêmica.
Muita gente, ao precisar de revisão de textos pela primeira vez, ou talvez seja a única necessidade que venha a ter deste serviço, não sabe que há diversos tipos de revisões de textos. Normalmente, o revisor experiente conhece de seu ofício para indicar ao cliente exatamente o que ele precisa.
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Existem muitos tipos de revisão, assim como diversos tipos de revisores de textos. |
Outro cliente típico é o autor iniciante, que tem um ou mais livros prontos e ainda não dispões de editora e dos recursos formais do mercado, está tentando se inserir nele.
Mas há muito tipo de revisão diferente, e muito tipo que não há. Não existem “revisão ortográfica”, “revisão de português”, “revisão textual” e “revisão gramatical” – embora ortografia, gramática e todos os aspectos textuais façam parte de qualquer revisão. Essas expressões não descrevem bem o serviço executado.
Vejam alguns tipos de revisão e o que eles contêm:
- Cotejamento ou conferência [checking] é o tipo de revisão que consiste em verificar se um texto corresponde a outro, muitas vezes colocados os dois lado a lado e frequentemente empregando duas pessoas que se comunicam para conferir cada palavra, pontuação – tudo!
- Revisão bilíngue [revision] é aquela feita numa tradução, por um revisor que conheça a língua de origem e a de destino, para ajustes e refinamento do texto, relacionando-o ao original.
- Revisão monolíngue [review] também no contexto da tradução, é aquela revisão do texto que só considera o texto na língua de destino, sem a contaminação do texto original.
- Revisão de provas [proofreading], é aquela feita no do trabalho no texto impresso (a boneca), verificando se não foram introduzidos erros durante o processo de composição do texto.
- Revisão primária confunde-se com o copidesque [copy desk] ou com preparação de texto [revision]; aponta incoerências, repetições, uso incorreto da língua e falta de normalização. Normalmente inclui mecanismos eletrônicos de verificação da ortografia e sintaxe. Em alguns casos inclui a formatação de texto, inclusive em se tratando de trabalho acadêmico, quando serão obedecidas normas da ABNT, Vancouver, APA, ISO, por exemplo, ou as normas da própria instituição ou veículo a que se destina o texto. Nesta fase é comum e aconselhável a interação com autor ou autores, bem com editores, orientadores e outros responsáveis pelo texto.
- Revisão secundária verifica uniformidade e constância temporal e pessoal das formas verbais, vícios de eufonia, linguagem oral ou desconhecimento etimológico, clareza, ordenação sintática e hierarquização das ideias. Verificação “final” de todos os aspectos linguísticos, metodicamente, conferindo os diferentes aspectos na seguinte ordem: a) erros de digitação, ortografia, pontuação e concordância não detectáveis pelos revisores eletrônicos; b) uniformidade e constância temporal e pessoal; c) vícios decorrentes da linguagem oral ou desconhecimento etimológico; d) vícios de eufonia (cacófatos e outros); e) ordenação sintática e hierarquização das ideias.
- Revisão acadêmica é aquela feita em teses, dissertações, monografias, artigos, comunicações e trabalhos acadêmicos em geral. Normalmente requer a interferência de profissional habituado ao jargão universitário, familiarizado com as normas e objetivos do texto científico. Inclui tudo o necessário para que o trabalho seja defendido ou publicado nas mídias específicas.
- Revisão técnica inclui interferência crítica feita por um profissional com qualificação acadêmica no objeto do trabalho, proporcionando ao autor a tranquilidade de uma opinião externa e descomprometida com o conteúdo do texto e com a sua produção, sendo um importante recurso para os autores que trabalham distantes de seus orientadores formais.
- Revisão final é conhecida como “cata piolho” e outras expressões do gênero no jargão dos revisores. Refere-se à última leitura do texto, antes do esgotamento do prazo para entrega. Verifica todas as mínimas questões remanescentes; e sempre haverá mais a ser revisado, enquanto houver tempo.
- Revisão urgente. Esse é o pior tipo de revisão de textos. Tente ao máximo evitar pressa ao revisar ou ao solicitar revisão.
Mais sobre tipos de revisão de textos
Em seu sentido mais amplo, revisão é a interferência em um
documento para publicação (defesa ou impressão) pela correção de erros e
sugestões para garantir precisão e clareza. Vários tipos de revisão podem ser
utilizados, com diferentes coeficientes e direcionamentos das interferências,
dependendo da qualidade do documento, da negociação autor-revisor, do tempo
disponível e de vários outros fatores internos ou externos ao texto, por
exemplo: revisão, copidesque (copydesk), revisão substantiva e revisão crítica.
Cada tipo é mais complexo e aprofundado que o anterior, mas o que está contido
em cada uma delas não é muito bem definido; nós trabalhamos com o conceito de
revisão acadêmica que, simplificadamente, significa que faremos todo tipo de
interferência resolutiva que for necessária e apresentaremos as sugestões que
entendermos agregar valor e legibilidade ao texto. Em sentido global e
conceitualmente mais sólido, temos nos referido a todos esses tipos como revisão
de textos. Mas ainda há muitos equívocos quanto à revisão, como se segue.
Alguns alunos do doutorado, por exemplo, possuem as
habilidades e conhecimentos linguísticos aprofundados e se propõem à
autorrevisão, visando evitar custos e discrepâncias – fazem-no equivocadamente,
por desconhecimento do princípio elementar e imprescindível da alteridade,
inerente à revisão. No entanto, depois de trabalhar com uma peça por meses, os
autores estão tão familiarizados com ela que não podem encontrar todos os
problemas que estão presentes. Essa disfunção ocorre devido à capacidade mental
para completar os padrões. Passagens complicadas fazem sentido porque o
candidato a revisor sabe o que o texto quer dizer. Simples erros mecânicos são
ignorados, porque a mente “vê” a fórmula correta na página impressa ou na tela
do computador. Assim, quando os autores tentam autorrevisar seu trabalho, eles
sempre deixam passar erros críticos.
Alguns indivíduos também acreditam em corretores
ortográficos eletrônicos e verificadores de gramática. São ferramentas de
grande utilidade, no entanto, elas não apontam alguns problemas ou fazem
sugestões, como escolha de palavra mais apropriada. Verificadores de gramática,
às vezes, dão informações incorretas, tais como identificação de sentenças
complexas como fragmentos e indicando problemas de concordância verbo-nominal
que não existem.
Os autores podem pedir “por favor” ou pagar a amigos ou
colegas para revisar trabalhos. Esses indivíduos podem ser “bons em português”,
professores ou trabalhar em campos relacionados. Eles podem ser reconhecidos
por seus conhecimentos de escrita. Mas ninguém provê inteiramente o serviço de
revisão como o profissional.
Usando o tipo de auxílio amador, podem-se obter segundas
opiniões e novas perspectivas. No entanto, a menos que eles sejam treinados em
problemas com estilo e formatação – bem como em linguística, muitos erros ainda
podem ser negligenciados. Além disso, existe a dificuldade em responsabilizar
esses indivíduos pela qualidade de seu trabalho. Os amigos e prestadores de
favor podem também ser incapazes de cumprir os prazos, com eventuais prejuízos
desastrosos.
Há ainda a diferenciação entre o copidesque e o revisor de
provas, difícil de se estabelecer, originada de uma prática antiga na
coordenação das tarefas dos produtores de livros e outros objetos de ler. É
importante que o especialista em tratamento de textos saiba intervir
adequadamente, de acordo com a demanda, e possa se enquadrar em tipos distintos
de prestação de serviços, a despeito de certas fusões atuais das tarefas,
causadas principalmente por mudanças tecnológicas.
A importância do revisor e do copidesque se aloja na
necessidade de conferir legibilidade (ou inteligibilidade) aos textos, uma
leitura perspicaz e especializada em obra que não deveria circular sem certos
ajustamentos. Trata-se da ergonomia visual de que tratam os designers gráficos.
Trata-se também de estética. Embora se saiba que nem todas as casas editoriais
contratam esses serviços, é plenamente distinguível, desde as equipes
editoriais de antes de Gutenberg, um produto bem-tratado de outro cujas fases
de produção de obras tenham sido negligenciadas. Basta percorrer uma livraria e
fazer observações empíricas.
Muitos serviços diferentes são chamados de revisão de
textos. Quem contrata a revisão de uma tese, por exemplo, deve ter noção disso
ao negociar o trabalho. Não há uma tipologia definida para revisão de textos ou
uma taxonomia estabelecida de forma muito definida e uniforme para as ações que
compreendem essa atividade. Ao revisar textos, não nos restringimos nunca aos
aspectos formais e linguísticos. Para melhorar o trabalho, mesmo que nem sempre
se domine as áreas técnicas deles, procuramos sugerir alterações objetivas e
explícitas. Se depois estas alterações são mantidas, será decisão do autor.
Ele, melhor que ninguém, sabe o que diz.
Mas há ainda diversas outras tipologias aplicáveis, quanto
aos procedimentos e à forma de apresentação das interferências, quanto às
pessoas que interagem no processo – os mais diferentes intercessores, quanto à
interação entre autores e revisores… Classificações tipológicas são artifícios
analíticos, mas entendemos ser de interesse apresentar mais alguns conceitos
classificatórios e seu entendimento.
Cabe resgatar e indicar conceitos aplicáveis a julgar
qualitativamente os diferentes resultados de processos de revisão, a alguns dos
quais nem poderíamos aplicar o conceito de revisão de textos, simplesmente por
não o alcançarem. No contexto de revisão resolutiva, aquela em que o revisor
não se comunica com o autor, interferindo em caráter definitivo, podemos
encontrar as seguintes ocorrências:
- Revisão excessiva: falha que consiste em uma interferência maior que o necessário, onde caberia um pequena correção.
- Hiperrevisão: interferências injustificáveis no texto revisado (TR); na maioria dos casos, imposição da preferência pessoal do revisor.
- Hipercorreção: fenômeno que se produz quando o revisor estranha, e interpreta como incorreta, uma forma correta da língua e, em consequência, acaba trocando-a por uma outra forma que ele considera culta, ou mais correta, na busca excessiva de correção.
- Sub-revisão: ausência interferências necessárias no TR; omissões diante de erros de linguagem ou erros materiais de correção mecânica.
- Infrarrevisão: deterioração, pelo revisor, do texto que lhe é submetido, adicionando linguagem chula, erros ou quaisquer desvios inexistentes no original.
- Correções: as operações diretas que levam à melhoria do texto sem consulta ou outro contato com entre revisor e autor.
Esses seis conceitos reportam violações aos princípios
fundamentais estabelecidos no tópico anterior, dentre os quais a mínima
interferência, a exotopia e a preservação da face, alertando, assim, contra as
interferências ditadas pelo gosto pessoal e, portanto, subjetivas e
arbitrárias, mas também daquelas intervenções que pretendem corrigir o que se
identifica como problema, algumas vezes até em equívoco, fazendo a célebre
emenda que fica pior que o soneto. Por outro lado, apresenta-se também a
possibilidade da interferência necessária que não é feita ou foi subestimada.
Posto isso, podemos recuperar alguns adjetivos que têm sido
aplicados à palavra revisão, na tentativa de qualificar um trabalho específico
ou decompor o serviço em fases.
Tipos adjetivos de revisão de textos.
Revisão
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Descrição
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Acadêmica
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Revisão
de teses, dissertações, monografias, artigos, comunicações e trabalhos
académicos em geral. Normalmente requer a interferência de profissional
habituado ao jargão universitário, familiarizado com as normas e objetivos do
texto científico.
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Classificatória.
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O revisor utiliza metalinguagem para indicar os problemas.
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De
provas
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Um
revisor lê a obra já diagramada em formato de página (em inglês proofreading), verificando não só
erros de português como inconsistências de tipologia, espaços a mais ou a
menos, numerações, “caminhos de rato”, “viúvas”, “órfãs”, “forcas”, “linhas
penduradas”, “dentes de cavalo” e outros problemas de paginação.
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Final
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No jargão dos revisores, conhecida como “cata piolho” e
outras expressões do gênero. Refere-se à última leitura do texto, antes do
esgotamento do prazo para entrega. Verifica todas as mínimas questões
remanescentes; e sempre haverá mais a ser revisado, enquanto houver tempo.
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Indicativa
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O
revisor apenas marca os problemas.
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Mecânica
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A abordagem básica do texto e a eliminação de todos os
lapsos superficiais: erros de digitação, ortografia, acentuação, pontuação,
sem necessidade de considerações críticas.
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Primária
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Para
alguns, confunde-se com o copidesque (em inglês copydesk) ou com preparação de texto (em inglês revision); aponta incoerências,
repetições, uso incorreto da língua e falta de normalização. Normalmente
inclui mecanismos eletrônicos de verificação da ortografia e sintaxe. Em
alguns casos, inclui a formatação primária do texto, inclusive em se tratando
de trabalho acadêmico, quando serão obedecidas normas da ABNT, Vancouver,
APA, ISO, por exemplo, ou as normas da própria instituição ou veículo a que
se destina o trabalho.
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Secundária
|
Verifica uniformidade e constância temporal e pessoal das
formas verbais, vícios de eufonia, linguagem oral ou desconhecimento
etimológico, clareza, ordenação sintática e hierarquização das ideias.
Verificação “final” de todos os aspectos linguísticos, metodicamente,
conferindo os diferentes aspectos: erros de digitação, ortografia, pontuação
e concordância; uniformidade e constância temporal e pessoal.
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Sugestiva
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É
uma interferência indicativa, uma sugestão do revisor ao autor em questão
sobre a qual não haja segurança; também pode ser o conjunto do trabalho de
revisão, todo apresentado em forma propositiva.
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Técnica
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Inclui interferência crítica feita por um profissional com
qualificação acadêmica no objeto do trabalho, proporcionando ao autor a
tranquilidade de uma opinião externa e descomprometida com o conteúdo do
texto e com a sua produção, sendo um importante recurso para os autores que
trabalham distantes de seus orientadores formais.
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Terminativa ou resolutiva
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É
aquela interferência que não será mais apreciada, decorrente de cacologia ou
cacotipia evidentes, ou por não haver mais consulta possível ao autor;
revisão que não será transposta, feita diretamente sobre a intermídia final.
O revisor resolve os problemas encontrados no texto.
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Tipográfica
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Antiga conferência que se fazia dos serviços do tipógrafo.
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Interativa
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Em
interação dialógica com o autor, dando sugestões e discutindo aspectos do
texto.
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Pode-se ainda falar de alguns tipos de revisão, por
exemplo, quanto a sua abrangência:
- Editorial: procura verificar situações estruturais, como notas de rodapé, referências, translineação, bem como proceder a algumas adaptações de linguagem;
- Linguística: em que aspectos formais e comunicacionais do texto prevalecem;
- Literária: em que se procura aferir o rigor dos conteúdos. É neste tipo de revisão que ocorre o verdadeiro processo de releituras do texto e a reescrita dele. O texto – literário ou científico – pode incorrer em qualquer dessas tipologias de revisão. Daí que seja válido falar em duas abordagens:
a) Restritiva (mecânica), que implica apenas correções de ordem linguísticas ou tipográfica;
b) Extensiva, que engloba o melhoramento linguístico e a correção de conteúdos (algumas vezes chamada “preparação de textos” – mas não usamos essa terminologia).
Postas essas considerações, vale relacionar alguns tipos de
revisão que são mencionados, com todas as ressalvas que essas categorizações
possam ter.
Ainda podemos comparar as nossas nomenclaturas de revisão
àquelas de outros países, considerando que não somente os termos sofrem
variações, mas também o entendimento que se faz é ligeiramente diferente e os
limites que aqui estabelecemos, em sua reconhecida fluidez, não outros e nem
sempre os percebemos nitidamente.
Há ainda outros procedimentos a que se costuma chamar de
revisão, mas não se enquadram em nosso conceito, e nós os rejeitamos. Não são
revisões no sentido da revisão de textos, não são atividades compreendidas
pelas práticas do revisor de textos nem resultado delas. Repudiaríamos alguns
dos usos, se tal nos fosse dado; de qualquer modo, alguns dos sentidos já são
bem consolidados e só nos resta a conformação.
Empregos do termo revisão fora do contexto da revisão de textos.
Revisão
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Descrição
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Revisão
de pares (peer review).
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Revisão
do texto de um cientista por outro cientista da mesma área para avaliar a
qualidade, visando publicação e indicando aperfeiçoamentos necessários à
aceitação do produto pelo veículo.
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Revisão por colegas
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Em classes de letramento, correções de redações em sistema
de permuta entre colegas. Equívoco dos educadores referirem-se ao
procedimento o pelo termo revisão.
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Autorrevisão
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Não
é revisão, trata-se de uma má palavra para se referir às interferências
autorais em seu próprio texto. Não resulta.
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Revisão de literatura
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Trata-se de um condensado da produção literária sobre
determinado assunto científico ou tecnológico.
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Revisão
integrativa
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A
revisão integrativa é um método que proporciona a síntese de conhecimento e a
incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na
prática.
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Revisão sistemática
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São publicações amplas, apropriadas para descrever e
discutir o desenvolvimento ou o estado da arte de determinado assunto sob o
ponto de vista teórico ou conceitual.
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Revisão
narrativa
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É
a revisão planejada para responder a uma pergunta específica, e que utiliza
métodos explícitos e sistemáticos para identificar selecionar e avaliar
criticamente os estudos e para coletar, analisar dados.
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