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Nossa revisão de textos

Conceitos específicos de nossa revisão de textos

Conceitos não são rótulos ou nomes que damos às coisas, eles produzem uma orientação, uma nova direção para o pensamento. Assim, não podemos dizer que criar conceitos consiste apenas na invenção de uma nova palavra, mas sim na criação de uma nova forma de pensar.
Qualquer conceito é formado por uma multiplicidade de elementos,. com Com o conceito de revisão não é diferente. Considerando que aqui estamos trabalhando com os conceitos de multidisciplinaridade e multimodalidade, estamos pela senda da diversidade e, sempre, da complexidade.
Revisão de textos é procedimento altamente erudito.
O profissional só alcança a complexidade da revisão de textos com muitos anos de prática.
Também estamos integrando neste complexo multiconceitual, na verdade um cipoal de termos, o conceito de multiescrita – um neologismo de origem inglesa (multi-script), uma junção do antepositivo multi-, cujo significado é o de algo numeroso, e escrita, cuja acepção, nesse, caso é de conjunto de signos que representa textualmente uma linguagem.
Para se apontar o início do problema, há a fronteira entre definição (que é estabelecer limites, fins) e conceituação (estabelecimento ou expressão da faculdade intelectiva e cognitiva; no plano mental, espiritual, ou racional). Em segundo lugar, no habitat do conceito – seu plano de imanência – é desenvolvida uma zona de vizinhança necessária com outros conceitos, estabelecendo uma relação de composição em rede: é o devir do conceito. Depois, cada conceito deve ser considerado pensado em relação ao ponto de coincidência, de condensação ou de acumulação de seus próprios componentes: os conceitos organizam-se ordenadamente de modo intensivo, fugindo das facilidades da compreensão, da tentação da extensão; por isso, o conceito é um ato de pensamento, um exercício estoico de incorporação ou apreensão de sentido. E mais, o conceito congrega em si o nível absoluto e relativo ao plano do qual se delimita e aos problemas que ele supõe resolver, o conceito opera sobre o plano a partir das condições que o problema em questão lhe impõe. Por último, nenhum conceito é discursivo, não é constituído por uma torrente de enunciados, apesar da presença de enunciações em sua forma expressiva, isso porque o conceito não encadeia proposições. Então, o conceito é a ferramenta de pensar, de dizer, de expressar, o instrumento de filosofar e de aprender e ensinar, estando esses dados presentes em seus três elementos: no plano de imanência e nos próprios conceitos.
Por exemplo, o conceito de “intercessores”, que é fundamental na démarche deleuziana, é que nos propicia relacionar revisão, ciência, filosofia e arte, criação de conceitos e invenção de imagens, pois a questão fundamental do pensamento em Deleuze é a criação: pensar é inventar o caminho habitual da vida, pensar é fazer o novo, é tornar novamente o pensamento possível, e, de nossa parte, revisar é pensar. Pensar é produzir ideias, revisar é repensar ideias. 
Todavia, estamos sedimentando este trabalho entre dois conceitos básicos de cuja interação decorre toda a prática da revisão de textos e em cujo eixo orbita nossa concepção teórica; estamos falando de intervenções nos textos (IT), mas – entendendo que o conceito não dá conta do que pretendemos abranger, dividimo-lo em interferências em textos alternos (revisão de textos) e em interferências em textos próprios (reescrita autoral), inclusive substituindo o termo intervenções por interferências pelos motivos já alegados. Sem essa dicotomia, não entendemos como analisar um processo que tem duas pernas como se uma só fossem. A revisão de textos e a reescrita autoral estão imbricadas no processo produtivo, mas são distintas como processos cognitivos, como processos criativos, como processos operacionais. Compartilhamos as preocupações em enveredar por uma senda conceitual distante da mais comum, mas entendemos neles a utilidade analítica e o serviço que têm prestado a nosso pensamento, dissociando as operações linguísticas e seus estudos dos matizes que o esvaziamento semântico da expressão revisão de textos tem sofrido. revisão de textos e reescrita autoral são revisões sim, e permanecem sendo, agora com bem mais rigor teórico.
Ao que parece, a compreensão de IT como interferência alterna sim, mas no contexto exclusivo das interferências terminativas ou cujos juízos posteriores ficam adstritos à equipe editorial. Claro que temos ciência de que, para horror dos autores, eles são mesmo alijados de seu texto quando os editores se apropriam da obra – fato em que somos solitários na abominação. Como nós compreendemos – e praticamos – processos de revisão amplamente interativas, com consulta concomitante e em tempo real aos autores, faz-se necessário para nós, em sede de campo teórico, distinguir os processos de IT alterna e autoral; portanto, revisão de textos e reescrita autoral. A suposição de que a IT venha a se incorporar a atividade de redação é o que postulamos e praticamos há quase duas décadas. De certo modo, as considerações desse autor fazem bem sentido no universo real da edição livresca a que ele se refere, muito mais real, diga-se de passagem, que nosso mundo ideal de quem trabalha fora desse campo e cujas experiências de relacionamento com os autores é muito mais notável e direta. Para nós, o autor é uma pessoa, e a pessoa mais importante na produção do texto – consideração bem diferente daquela dos editores, principalmente no Brasil para as quais os autores não passam de “rascunhadores” de obras a serem genialmente transformados em livro pelos fenômenos editoriais.

Interferência em textos próprios

A revisão é termo é por vezes utilizado para se referir à reescrita (intervenção em textos próprios – reescrita autoral) e vice-versa – equívoco que evitamos cuidadosamente. Embora não haja necessariamente alguma sobreposição – ou contraposição formal entre os termos, revisores geralmente se referem à revisão como seu ofício, e reescrita seria o trabalho do autor sobre seu próprio texto. Assim, revisão de textos e a reescrita do autor são fundamentalmente diferentes responsabilidades. Em contraste, revisores centram-se na análise de frase por frase do texto, para “limpar” e fazer tudo funcionar junto. O revisor é, geralmente, o último a opinar e vai trabalhar consultando o autor. A revisão de textos concentra-se intensamente em estilo, conteúdo, pontuação, gramática, legibilidade e consistência. A reescrita autoral se concentra em conteúdo, estética, opinião, confiabilidade, argumentos e conclusão.

Interferência em textos alternos

Trabalhamos com o conceito de alternidade no sentido do que se refere ao outro. Textos alternos são textos da segunda ou terceira pessoas. São textos de outrem, mas não há um bom adjetivo que expresse essa ideia mais de perto, sem alguma confusão com o sentido de alternância denotativo de alterno. Se estamos nos referindo a outrem, vamos nos deter em alguma reflexão sobre este outrem que produz textos e de sua relevância para a relação dialógica de IT.
O primeiro efeito da presença ou existência de outrem diz respeito à percepção dos objetos no espaço, à própria noção de perceber o outro alhures, fora da primeira pessoa singular ou plural. O texto de outrem não fui eu nem fomos nós que criamos. Outrem define as margens que contornam o objeto percebido por mim – e podem ser coisas, pessoas, ideias, textos – como um fundo do qual podem surgir outros objetos – também em sentido bem amplo. “Os objetos que não vejo ou as partes de um objeto que percebo, mas que não vejo no momento presente, são definidos como visíveis por outrem.” O fato de os objetos que não vejo serem vistos por outrem suaviza seu surgimento em meu campo perceptivo. Aqui já podemos fazer notar que o objeto a que estamos atentos é o texto. Também cabe notarmos que as noções de outrem são exclusivas e reciprocamente estabelecidas. O outrem para nós nos tem como outrem para si. Posto isso, se o outrem funciona como regulador “das transformações da forma e do fundo”, relativizando “o não-sabido, o não-percebido” ao introduzir “o signo do não percebido no que eu percebo, determinando-me a apreender o que não percebo como perceptível para outrem”, fica claro para nós a função nossa de revisores dos textos de outrem: é sermos para os autores o outrem o outrem que lhes transforme a forma e o fundo dos textos, fazendo-lhes a relativização dos sabido e do não sabido nos escritos, fazendo a relativização entre o não sabido e o sabido, a informação prévia e a informação deduzível da obra, vendo nos signos textuais o não percebido pelo autor, mas perceptível pelo revisor. Na ausência de outrem, na ausência do revisor, não há mais suavidade nas transições, há apenas uma oposição absoluta entre luz e obscuridade. Desse primeiro grupo de efeitos de outrem, deduzimos que outrem constitui o objeto em meu e em nosso campo perceptivo, sendo ainda um sujeito que nos percebe. A existência de outrem condiciona o funcionamento de minha percepção, mas que não se confunde com ela, é anterior a ela. A estrutura que outrem confere a minha percepção é justamente a estrutura do possível. Outrem exprime um mundo possível que tem uma realidade determinada, não é apenas uma abstração. O texto de outrem tem materialidade e abstração decorrentes da própria essência de outrem, a que estamos chamando alteridade. É preciso considerar, no entanto, que o mundo e os textos exprimidos por outrem não existem independentemente, fora da sua expressão. Não há relação necessária de semelhança ou de identidade entre o exprimido e sua expressão, mas relação de envolvimento, de implicação ou complicação, de imbricação.
Tal perspectiva distancia-se daquelas que procuram ver a revisão como atividade de adequação entre representações e percepções, envolvendo, portanto, a renovação do conceito de revisão de textos. Nesse sentido, o processo de IT não pode ser mais visto como conjunto de procedimentos conduzindo a um resultado previsto de antemão, em espaço e tempo determinados. Revisar, nesta perspectiva, torna-se aventura imprevisível porque deflagrada pelo contato com diferenças, com o que desestabiliza certezas, com o que provoca problemas novos, propondo soluções para eles que podem até vir a ser criativas.
É nesse ponto que a questão da alteridade imbrica na IT, pois a presença de uma natureza psíquica, em que o autor e o revisor possam reconhecer o em-si e o outro, permite direcionar a revisão e desenvolvê-la na prática, considerando uma espécie de intuição afetiva (Einfühlung) que nos coloca em relação ao que está além das manifestações textuais do outro, isto é, com a alma do outro. A partir de algumas reflexões fundamentais, instamos a consciência de certas categorias, da relação e da percepção empática (Einfühlung) e redirecionamos a prática da revisão de textos de forma diferenciada.

Intercessão em textos

Muitos dos conceitos que definem revisão o fazem a partir do conceito de revisor. O termo revisor e a expressão revisor de textos, bem consolidadas, expressam perfeitamente a arte e ofício de quem se dedica a revisar textos, interferir em textos alheios, excluindo muitos equívocos, constitui basicamente uma mononímia: ninguém que se proponha à malfadada messe da autorrevisão, nem em seus mais elevados devaneios, se julga um revisor. Esbarrando na tangente da tautologia, diremos que a intercessão nos textos é produzida pelos Intercessores, mas nos adiantaremos rapidamente a mencionar que estamos adotando um conceito deleuziano bem específico e conhecido. Simplificadamente, trata-se de todas as influências havidas sobre o produto textual e sobre os produtores somadas e conjugadas em um objeto cultural. Nesse sentido, os revisores se travestem de Intercessores e podemos, sem esforço, alegar que o produto em que resulta sua prática é também uma intercessão. Mas só neste sentido: o sentido em que existe um quê do revisor no texto, mesmo que não tenha havido nenhuma interferência material, ele terá prestado aquiescência à forma e conteúdo, endossando cabalmente o texto autoral.

Nossas tipologias da revisão de textos

Revisão cooperativa

Há situações de escrita nas quais o processo de cooperação entre autor e revisor não é completamente dominado, por exemplo, nas instituições de ensino superior. A revisão cooperativa (ou colaborativa), a revisão do texto com a completa interação entre escritor e revisor, cria a situação de comunicação em que podem surgir pedidos de esclarecimento, com imediata resposta à demanda. Estamos falando de revisão de textos completamente integrada a reescrita autoral.
Não estamos falando tão somente de cooperação no sentido co-laborativo, fazer junto, laborar junto; estamos estendendo e ampliando o sentido de revisão cooperativa também no sentido da cooperação linguística, o princípio geral que dá conta da cooperação entre sujeitos em situação comunicacional.
Assim, partimos dos axiomas linguísticos (existência, identidade e identificação) e alcançamos os recursos de programa e mídias compartilhados que permitem a vinculação semântica sincrônica e abordagens de acordo com os custos e variáveis cognitivas e, segundo as habilidades dos sujeitos. A revisão de texto cooperativa torna possível a comparação das perspectivas de diferentes atores com foco no escritor e promove a atividade de revisão fundamentada remotamente. Permite a implementação de estratégias mais eficazes e atividades de compreensão de leitura para o reprocessamento da escrita em toda sua complexidade sintática e semântica.
Todavia, há situações de escrita nas quais o processo de cooperação entre autor e revisor não é completamente dominado, por exemplo, nas instituições de ensino superior . A instituição costuma se interpor, por seus prepostos, causando um obstáculo à comunicação autor-revisor. Há dois principais motivos para tal interposição: o primeiro, o discurso de autoridade da instituição, que não admite outra componente na equação comunicativa; depois, a conceituação arcaica que só enxerga na eventual participação do revisor o papel de catador de letras inadequadas.
Na perspectiva tradicional, a revisão era vista como etapa subsequente à produção escrita, para todos os tipos de texto; o objetivo seria corrigir o texto detectando violações nas convenções da norma culta. O senso comum pautava a revisão pelas suas interferências mais mecânicas, corrigir ortografia, pontuação, concordância verbal e nominal, de acordo com as normas apontadas em gramáticas, dicionários e manuais. Segundo essa ótica, a revisão é tratada como uma das etapas da reescrita autoral, focalizados apenas os aspectos estruturais formais do texto. A maioria dos revisores contemporâneos, atualizados em relação ao ofício, veem a revisão como atividade recursiva, que pode ocorrer em qualquer etapa do processo, deixando de lado a concepção etapística linear.
A revisão do texto não exige conhecimento sobre o campo epistemológico do objeto do texto, mas habilidades linguísticas e textuais, sem descartar conhecimentos extralinguísticos. Os conhecimentos extralinguísticos envolvem a capacidade de exercer controle consciente sobre sua própria elaboração e, tendo em conta o contexto da produção: o destinatário, o tipo de texto e a questão da produção. Em situação de revisão cooperativa, a ativação das habilidades necessárias é facilitada pelo trabalho colaborativo. Atividades de revisão cooperativa levaram a um desempenho mais elevado que aquelas em situação de revisão monocrática de revisão.
Tais resultados melhores da revisão cooperativa podem ser explicados pela hipótese de que ela constitui auxílio na implementação de três operações principais propostas pelo revisor interativo: a identificação do problema, a tomada de decisão para fazer uma mudança e a execução da alteração. A revisão cooperativa ou colegiada estabelece funções e tarefas, tornando a análise mais fácil e tendo em conta a diferença entre o desejado e o texto produzido pelo escritor. O contínuo feedback entre revisor cooperativo e autor possibilita a visão distante e a contraposição autoral, portanto, objetiva mais qualidade na produção. Ela permite o destaque de áreas do texto que comprometem a compreensão e torna mais fácil implementar as atividades de inferência. Permite inferência,, preenchendo as lacunas semânticas e evitando áreas de informação implícita, subsunções hipotéticas em autor e público-alvo. A revisão interativa atribui a cada membro envolvido na atividade de revisão um papel específico, ; o revisor cooperativo sugere mudanças e encoraja o autor do texto original em sua implementação. O autor e o revisor cooperativo, que desempenha o papel de perito em textos, estão engajados em colaboração em que papéis atribuídos tradicionalmente podem evoluir no âmbito da cooperação para melhorar o texto para facilitar a leitura e compreensão explícita.
A revisão de texto cooperativa é pautada por um conjunto de quatro máximas: máxima de quantidade, máxima de qualidade, máxima de relevância e máxima de modo. Cada uma das máximas é observada durante o processo de revisão realizado pelo revisor e autor em conjunto, ou pelo colegiado de revisores – com ou sem a participação do autor.
Máxima de quantidade está relacionada à informação apresentada no texto para que se dê o processo de compreensão por parte do leitor. Implica quantidade necessária, suficiente e supressão de excessos.
Máxima de qualidade está relacionada à verdade, a credibilidade e plausibilidade. O texto deve fornecer informações em que o autor acredita e apresenta como verdadeiras e que tenha evidências para comprová-las.
Máxima de relevância sugere que o autor faça com que seu texto seja relevante e comunicativamente pertinente; A inclusão de uma informação alheia ao foco dificulta a compreensão da mensagem por parte do leitor.
Máxima de modo refere-se à clareza de expressão, é um princípio evidente de cooperação por parte do autor e do revisor. Ambos interagem para procurar organizar as ideias com palavras objetivas, expressões de sentido preciso e frases bem estruturadas, evitando: obscuridade, ambiguidade, prolixidade, desordem.
Claro que o revisor que trabalha sozinho, de forma resolutiva (tendo seu trabalho como versão definitiva), também vai considerar todas essas máximas, mas a condição ideal para melhor proveito nesse sentido advém do trabalho cooperativo e dele resulta.

Cooperação Presencial

A natureza da leitura e da escrita baseadas em mídias e ambientes digitais abertos (internet, web) envolve processos de tratamento diferentes e implica abordagens mais complexas que as atividades metacognitivas durante o processamento de redação linear de um texto. A escrita colaborativa, com a ajuda das ferramentas de sistemas abertos (hipermídia cooperativa), leva os autores a melhor compreensão dos processos cognitivos e comunicativos inerentes e, portanto, a gerir melhor a construção social do conhecimento. Na perspectiva da revisão e a da revisão cooperativa de texto, usar ambientes virtuais (TIC) demanda do usuário a (re)estruturação do texto de um outro escritor (ou do revisor), adicionando anotações e comentários, o que cria uma rede de comentários cruzados, revelando todas as etapas da construção do conhecimento. A resolução de problemas nessa situação de revisão continuada a distância prova para ser mais eficiente que aquela feita cara a cara, especialmente para autores menos propensos à argumentação oral e que obtêm poucos benefícios das interações verbais.
Enquanto novas tecnologias mudam a relação entre revisor e autor sobre como escrever e revisar os textos, os próprios textos diferem em sua eficácia comunicacional com base em seu grau de complexidade e sua forma de construção. As alterações no status de planejamento, escrita e revisão baseiam-se na utilização de um processador de texto primário – limitado a substituição, remoção, troca e movimentação de fragmentos textuais – sem produzir maior desempenho, permitindo que seus usuários observam a predominância do processo de avaliação e planejamento da escrita em si. No entanto, esses resultados são diferentes quando os envolvidos no processo usam processador de texto mais avançado (ou têm pleno domínio da ferramenta), com acesso a corretores ortográficos e fazendo uso das ferramentas de indexação de texto, comentários, controles de alterações e outros recursos um pouco mais sofisticados. De fato, autores e revisores gastam menos tempo planejando e mais rapidamente entram no processo de escrita devido à facilidade que é oferecida a eles para retornar ao texto e revisá-lo. O texto produzido em computador apresenta qualidade superior em relação ao texto produzido com outros instrumentos (ditado, datilografado ou manuscrito – por exemplo), por causa da abundância de revisões possíveis com o processamento eletrônico de texto e pela possibilidade de interferência externa (a presença-ausente do revisor) contínua e contígua.
Através de páginas e blogs pessoais, assim como por seus canais de áudio e vídeo, os indivíduos criam sua própria personagem virtual na web sem qualquer consciência de quem sua audiência final pode realmente ser (ou seja, sem consciência extensional de destinatários específicos). No entanto, eles muitas vezes têm uma ideia de quem o público potencial pode ser (ou seja, com consciência intencional do tipo de destinatário). Às vezes, os indivíduos fornecem recursos de informação para a web como um subproduto durante alguns processos de auto-organização de seu próprio conhecimento. Essa forma de comportamento aparentemente cooperativo é predominante na web. Em essência, o objetivo do socioware é facilitar comportamentos pró-sociais emergentes para organizações virtuais auto-organizadas.

Cooperação a distância

A revisão do texto, campo de pesquisa recentemente retomado entre pesquisadores e especialistas do letramento, tradução, revisores acadêmicos, psico e sociolinguistas, em sentido amplo, é a atividade de retorno ao texto que ocorre em todas as tarefas e em todas as fases da escrita.
A revisão cooperativa remota via internet se encaixa mais frequentemente no campo da aprendizagem colaborativa à distância e opera frequentemente no contexto multicultural e multimodal, recaindo no âmbito exploratório do letramento em contexto digital.
Na revisão cooperativa realizada remotamente (cada colaborador em seu espaço), a interação entre pares é facilitada por processadores de textos que permitem que escritores incluir comentários no seu produto (o Word® faz isso!). A escrita colaborativa e a revisão de texto processada remotamente (revisão cooperativa a distância) envolvem processos específicos e, portanto, referem-se a modelos diferentes que temos de tentar integrar ao mesmo paradigma teórico. Essas tarefas são atividades conducentes à produção na era do digital, mas requerem mais investigação e nova concepção de letramento e produção de textos.
A perspectiva que inspirou todas as teorias de aprendizagem baseadas nas tecnologias da informação e comunicação (TIC): construtivismo, sócio-construtivismo, teoria da cognição de atividade, cognição distribuída, evidenciou a eficácia do trabalho colaborativo, a natureza social da aprendizagem e da produção. Com base em múltiplos pontos de vista, a revisão cooperativa remota permite, pelas trocas e da reflexões comuns, a construção cooperativa do conhecimento, mesmo em áreas nas quais os processos cognitivos da textualização estão mal estruturados.
As TICs tornaram-se um dos blocos de construção fundamentais da sociedade moderna. Agora, muitos consideram a masterização das habilidades básicas e conceitos das TIC como uma parte inevitável do núcleo de educação e, consequentemente, da produção de textos. Para esse fim, vários novos modelos estão evoluindo em resposta às novas oportunidades que estão se tornando disponíveis por integrar as bases do conhecimento, em especial as baseadas na web e ambiente de produção cooperativa com armazenagem nas nuvens. A integração efetiva de tais aplicações, no entanto, depende, em grande medida, da familiaridade e habilidade com o ambiente de aprendizagem de TI. Revisores e autores precisam saber exatamente como as TICs podem ser usadas como ferramenta de produção de textos.
Nesse contexto, é preciso que os revisores adquiram algumas capacidades específicas, bem como sejam capazes de interagir com autores que as dominem. A necessidade básica é sabe utilizar as TICs como ferramenta para novos fins de produção, pesquisa, comunicação, resolução de problemas e contínuo desenvolvimento profissional.

Especificamente, será necessário:

  • Aplicar criticamente os princípios de integração das TICs na revisão cooperativa;
  • Desenvolver e facilitar as produção textual e revisão baseadas nas TICs;
  • Analisar e avaliar o conteúdo apropriado e contexto para o uso das TIC;
  • Utilização das TICs com eficiência na investigação, resolução de problemas e revisão baseada em projetos de produção de textos;
  • Integrar as TICs adequadamente em atividades de produção e revisão.

Como a cognição é ou não é especificada, assistida, ou restrita pelos fatores socioculturais, constitui a questão teórica e metodológica central para o desenvolvimento futuro da ciência cognitiva. No contexto multicultural, essas formas de revisão cooperativa remota revisões cooperativas remotas podem crescer ainda mais e se tornarem mais complexas, tomando em conta aspectos linguísticos e culturais características característicos das representações cognitivas que lhe forem inerentes, inclusive passando pelas inserções dos envolvidos em socioweres e mídias sociais.
A velocidade do intercâmbio eletrônico, maximizado pelo partilhamento compartilhamento em tempo real, melhora a eficiência do processo de produção e revisão, na medida em que promove o reprocessamento semântico na revisão, permitindo que o produtor possa receber retorno sobre o texto e as propostas de interferência, confrontando suas ideias às de seus pares, como membro de um ambiente social que aumenta a motivação e qualidade do produto.
A internet aparece como “mídia por excelência” e, como tal, pode ser descrita como um “sócio-ware”, um ambiente mediando escrever e co-escrever, em ampla gama de interações cooperativas que têm contribuído para o surgimento de um novo paradigma da cognição. Sociowares são ambientes mediados por computador (CMEs) para apoiar a comunicação, o conhecimento e processos sociais que aceleram interações cooperativas virtuais. O inquérito e a resposta à informação, a disseminação de ideias e a rede social são exemplos de interações cooperativas virtuais. A proliferação de home pages e blogs pessoais, com cruzamento de links de páginas da web por pessoas que compartilham interesses comuns, fez o processo de exploração na web (a navegação) uma experiência social. Tal experiência, aparentemente intrínseca e recompensadora, pode ser caracterizada como serendipismo e não necessariamente orientada para tarefas (como no grupo de trabalho tradicional).
Essas aberturas do âmbito da revisão de textos devem possibilitar lançarem-se as bases para experiências de contexto digital que levem em conta tanto os contextos locais, ou seja, específico para uma cultura e um sistema de valores e usos das ferramentas cognitivas internas, a linguagem, a escrita e os textos, mas também das ferramentas externas – os recursos da informática. Essa adaptação aos valores e contextos locais se encaixa em novos campos de pesquisa e novos resultados textuais de processos cognitivos interagentes.

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