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Dicas necessárias ao texto científico

Dicas para monografia, dissertação ou tese

Existem pontos em comum que devem ser observados em todo trabalho acadêmico, vamos apresentar alguns como nossa colaboração.

Lembre-se: a formatação não deve apenas adequar a apresentação às normas, mas acrescentar qualidade à informação, o trabalho acadêmico deve ter o texto tão claro quanto qualquer escrito, mesmo com toda a complexidade do conteúdo, por último, saiba que a revisão de textos sempre é um processo atento a uma infinidade de detalhes, conte com o revisor de textos, um profissional com formação acadêmica sólida e atenção ao mundo.
O revisor vê problemas no texto que ninguém mais viu.
Algumas dicas para os textos são sempre repetidas, mas os autores sempre erram!

1 - Notas valorizam o trabalho acadêmico

Notas de rodapé: por favor nunca mais usem notas de fim de textos, não são nada práticas para a leitura e se transformam, quase sempre, em texto que não será lido.
As notas de rodapé destinam-se a prestar esclarecimentos ou tecer considerações que não devem ser incluídas no texto para não interromper a seqüência lógica da leitura. Essas notas devem ser reduzidas ao mínimo e situar-se em local tão próximo quanto possível do texto, não sendo mais cabível reuni-las todas ao fim dos capítulos ou da publicação.

Há dois tipos de notas de rodapé:

  • Bibliográficas - São em geral utilizadas para indicar fontes bibliográficas, permitindo comprovação ou ampliação de conhecimento do leitor; para indicar textos relacionados às afirmações contidas no trabalho, remeter o leitor a outras partes do mesmo trabalho ou a outros trabalhos para comparação de resultados e para incluir a tradução de citações feitas em língua estrangeira ou indicar a língua original de citações traduzidas.
  • Explicativas - Referem-se a comentários ou observações pessoais do autor. São também adotadas para indicar dados relativos às comunicações pessoais, a trabalhos não publicados e a originais não consultados, mas citados pelo autor.

2 - Abreviatura, siglas e símbolos

Abreviatura é a “apresentação de uma palavra por meio de alguma(s) de suas sílabas ou letras, usada no tratamento documental” (CAMARGO e BELLOTO, 1996:1).
Evitemos inventar abreviaturas, exceto aquelas que se referirem a elementos conceituais ou referências a obras clássicas repetidas extensiva e intensivamente no trabalho.
Entre as mais comuns universalmente aceitas, há: designação de ano ou século em relação à era cristã (a.C., d.C.); a expressão etc. (et cœtera); meses do ano em ilustração, tabelas e referências (jan., fev., mar., abr., mai., jun., jul., ago., set., out., nov., dez.); designações comerciais (Cia., Ltda., S/A, S/C).
Siglas criam dificuldades para o leitor, porque exigem que sejam decifradas. A regra é evitá-las, principalmente em títulos, exceto em casos consagrados, como Aids, Bradesco, Embratel, ONU, OLP, USP.

Observe-se a seguinte padronização:

  • não usar pontos: ONU e não O.N.U.;
  • escrever por extenso seu significado, de preferência logo após a primeira menção: O filme vai ser exibido no MIS (Museu da Imagem e do Som), exceto quando a sigla for muito consagrada, como Aids, Bradesco, ONU;
  • usar apenas letras maiúsculas para sigla com até três letras: OMS, DPF, ONU. Mas atenção: alguns nomes, como Efe (a agência de notícias espanhola) e Fed (o banco central norte-americano), parecem siglas, mas não são;
  • empregar maiúscula apenas na primeira letra de siglas com mais de três letras que podem ser lidas sem dificuldade como palavra: Unesco, Banespa, Petrobrás, Sudene, Sesc, Prona;
  • usar apenas letras maiúsculas para sigla que exija leitura letra por letra: UFMG, SBPC, DNDDC, DNER, PMDB;
  • há algumas exceções consagradas, como CNPq, UnB;
  • se precisar formar plural, acrescente-se s minúsculo: TVs, BTNs.
Os símbolos das unidades de medida não são abreviaturas nem siglas, devendo ser escritos em minúsculas, exceto aqueles etimologicamente ligados a nomes próprios; assim: g – grama; m – metro; kg – quilograma; V – volt (maiúsculo, por causa de Alessandro Volta), s – segundo. São grafados sem ponto de abreviação e sem plural (FOLHA, adaptado).

A ABNT, na NBR 6032, define regras para se criarem abreviações. Algumas dessas regras são:

  • não se abreviam palavras com menos de cinco letras;
  • devem-se suprimir artigos e preposições;
  • o tipo do periódico abrevia-se com uma letra maiúscula (p.ex.: B. boletim, C. correio, D. diário, F. Folha, G. gazeta, J. jornal, R. revista);
  • os substantivos abreviam-se com a primeira letra maiúscula e os adjetivos em minúscula, exceto para nomes de entidades (Revista Brasileira de Medicina Veterinária = R. bras. Med. vet.; Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária = Soc. Bras. Med. Vet.).

3 - O bom uso de numerais e algarismos

Algarismos romanos

Usa-se algarismo romano, principalmente em transcrição de texto legal e nomes próprios como XV de Piracicaba (time de futebol), nomes de soberanos e papas (por extenso, ordinais até 10º e cardinais daí em diante): João Paulo II; Carlos V; Leão X; Luís XIV; João XXIII.
Não se usam romanos para numerar seções de texto, exceto leis, decretos e regulamentos. Há norma contrária a isso e nenhuma necessidade de o fazer.

Numerais

Numeral é a palavra que exprime quantidade, número de ordem, múltiplo ou fração. Não se iniciam parágrafos com algarismos arábicos. No início da frase ele deve vir escrito por extenso, com numerais cardinais ou ordinais.

Nem tudo são números

Os gráficos, gravuras, ilustrações, fotografias, figuras e esquemas constantes dos textos serão numerados com algarismos arábicos, assim como as tabelas e os quadros (Figura 1 – Cana-de-açúcar; Tabela 3 – População nordestina; Foto 5 – Matas de galerias). Só se usam palavras quando não houver nada nas ordens ou classes inferiores (13 mil pessoas faleceram…). Não se empregam os numerais cardinais e ordinais quando existirem classes inferiores, mas os arábicos: (13.700 pessoas faleceram no naufrágio… e não 13 mil e setecentos…) (EMBRAPA).

4 - Arredondamento de cifras e de números

Todo cuidado é pouco ao arredondar números. A informação apurada com esforço e zelo pode ser comprometida pela imperícia na hora de tornar o dado mais legível: US$ 20,34 bilhões é muito mais do que US$ 20 bilhões. Essa simplificação terá subtraído US$ 340 milhões em informação (FOLHA). Apesar de esse arredondamento ser matematicamente correto, não se deve fazê-lo. Evite-se qualquer operação que altere o número em mais de 1% de seu valor original.
Na hora de eliminar casas ao arredondar, nunca desprezar: população de 13,7 milhões pode ser transformada em 14 milhões, nunca em 13 milhões. Para facilitar a leitura, cabe restringir os numerais fracionados inevitáveis a uma casa decimal, como regra, mas convém tomar cuidado com as quantidades muito grandes, usando o bom senso.

Para arredondar, podem-se seguir estas duas regras práticas:

  • concentrar-se na casa seguinte à que se pretende manter;
  • arredondar para cima os algarismos 5, 6, 7, 8 e 9; os restantes (1, 2, 3 e 4), para baixo.
Assim, arredonda-se 1,4499 para 1,4 e não 1,5 (o segundo 4 exige arredondamento para baixo). A razão é clara: 1,4499 está mais perto de 1,4 do que de 1,5.
Se a intenção for manter duas casas decimais, escreve-se 1,45, porque 1,4499 está mais perto de 1,45 do que de 1,44 (o primeiro 9, neste caso, fala mais forte) (FOLHA, adaptado).

5 - Ética e biossegurança

Aspectos éticos da pesquisa científica

Nos termos da Portaria 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, tratando-se de pesquisa clínica, epidemiológica ou no âmbito das Ciências Humanas, envolvendo experimentação com seres humanos, o projeto deve conter seção onde se explicite como estão sendo contemplados seus aspectos éticos, devendo ser anexados o parecer da Comissão de Ética das instituições envolvidas e cópia do formulário para consentimento após informação.

Biossegurança dos experimentos

Conforme legislação em vigor, projetos que envolvam experimentos com organismos geneticamente modificados devem informar o número de registro e data da publicação do certificado de qualidade em biossegurança.

6 - Uso de nomes comerciais e marcas

Nomes comerciais ou marcas não devem ser mencionados no texto acadêmico, a menos que por necessidade absoluta. Deve ser citado apenas o nome técnico correspondente, ou a descrição do produto, e a marca comercial deve ser citada em nota de rodapé. Por exemplo, não mencionar Fanta Uva, usando refrigerante à base de uva; dizer dipirona no lugar de Novalgina (GARCIA, 2000).
Esse procedimento é universal entre os autores da área médica, mas deve ser adotado por todos, por ser mais pertinente do ponto de vista acadêmico e de maior formalidade.
O mesmo se aplica a equipamentos e programas de computador: só devem ser especificados quanto à marca quando ela for metodologicamente relevante. Por exemplo: processados em planilha de cálculo (quando não for necessário especificar se for Excel ou SPSS).

7 - Desdobramento da tese em volumes

Divide-se em dois volumes o trabalho que ultrapassar significativamente as 200 páginas, para facilitar o manuseio.
Quando a obra for em mais de um volume, a capa e a folha de rosto devem destacar a indicação de volume (Volume I; Volume II…) logo abaixo do título.
A numeração das páginas dos volumes deve ser sequência natural do volume anterior. O sumário será parte do pré-texto de todos os volumes, apresentando sempre o conteúdo completo da obra, segmentando-o pelos volumes em que o trabalho foi dividido.
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