Conheça um pouco sobre os estilos acadêmicos
Os estilos são tentativas de uniformização das apresentações dos trabalhos acadêmicos, tanto do ponto de vista visual quanto estrutural.
Os estilos de formatação para a documentação acadêmica, artigos, teses, dissertações e publicações visam a padronização de publicações e uniformidade de referências. Há diversos estilos para se formatar e documentar trabalhos de pesquisa, incluindo os artigos científicos e podendo alcançarem teses e dissertações; os principais estilos adotados no Brasil são os da ABNT, e os americanos AMA, APA, ASA, Chicago, MLA e o estilo de Vancouver. Os “estilos” correspondem a toda a configuração (layout) do texto e, muitas vezes, alcançam a estrutura macrotextual (hierarquia de tópicos, linguagem e imagens) do texto.
Vale a pena destacar que aos estilos correspondem normas de referenciação (bibliografia) mas que eles vão bem além das referências bibliográficas: incluem também aspectos gerais relativos à apresentação dos manuscritos para a publicação ou defesa. Apontamos ainda que, além desses estilos canônicos, há diversos estilos correspondentes e específicos para incontáveis publicações (diferentes revistas científicas, sites e outras mídias), bem como estilos acadêmicos – notadamente para dissertações, teses e mesmo trabalhos de conclusão de curso que variam inclusive de um programa para outro dentro da mesma instituição.
Normas de publicação e apresentação de documentos científicos não são complicadores, mas, para simplificar a vida, é possível contratar um serviço de formatação profissional.
A seguir, apresento indicações de alguns dos principais estilos de formatação:
AMA Medical Style
A Associação Médica Americana (American Medical Association) publicou o mais completo guia para a elaboração dos documentos de investigação em medicina. A mais atual é a 10ª edição do Manual de Estilo AMA, 2007.
O Manual da American Medical Association of Style fornece instruções para autores e editores que se preparam trabalhos de pesquisa para avaliação e publicação em revistas científicas e textos (Manual AMA na Amazon.com). A última edição (2007) é mais de 1000 páginas. As características essenciais do estilo são destinadas a trabalhos em formato final, para papers preparados para as aulas, conferências e seminários. O estilo do AMA e o estilo "Vancouver", o estilo do Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (ICMJE), são muito semelhantes. Desenvolvido para reduzir a proliferação de estilos na escrita médica, o estilo ICMJE foi adotado por algumas revistas importantes e é aceito por centenas de outras.
APA Psychology
O estilo da American Psychological Association (APA) é usado quase universalmente no campo da psicologia e educação. Tem base na 6ª edição do Manual APA, publicação de 2009.
O Manual de Publicação APA está focado somente em preparação de trabalhos para publicação. Se você estiver escrevendo um trabalho de pesquisa da faculdade ou teses as regras mudam um pouco. A última (5ª) Edição deu instruções especiais para estes trabalhos (ver capítulo 6), agora abandonadas para esta nova edição. A APA chama artigos escritos para publicação de manuscritos. Eles são formatados para auxiliar o processo de publicação, não o leitor.
ASA Sociology
A American Sociological Association (ASA) desenvolveu um estilo específico seguido por muitos periódicos, incluindo a American Sociological Review. A ASA produziu um bom documento (124 páginas), descrevendo as características de seu estilo para autores que escrevem para publicações da ASA. Ele não tem quase nada a dizer sobre a forma de elaborar documentos para cursos universitários ou conferências. Ele reconhece que segue de perto o Chicago Manual of Style (CMS), especialmente em referências de formatação em que o CMS chama a lista de referência de estilo (RL). Esta é uma boa notícia. O estilo evita a complexidade por vezes bizarra de outros estilos populares. Veja ASA Guide.
Os guias de estilo de associações de pesquisa explicam como preparar um documento para revisão dos pares e publicação. O estilo é adaptado para atender às necessidades dos editores de texto e revisores, não aos leitores. Para atender às suas necessidades, existem requisitos especiais. Por exemplo, em manuscritos, as tabelas e figuras são inseridas ao fim do documento, cada um numa folha separada. Quando você lê um artigo publicado, no entanto, as tabelas e figuras são incorporados no texto perto de onde eles são mencionados em primeiro lugar. Este parece ser o senso comum, mas se você é autor obediente e seguir um guia de estilo de pesquisa, você vai acabar com algo que só o editor do manuscrito vai apreciar.
Chicago Style
O estilo Chicago quase que se limita a notas de rodapé de estilo Chicago-Turabian e bibliografias aplicados a área da História e correlatas. A base é nas edições atuais do Chicago Manual of Style (2003) e Manual do Turabian para Autores (2007).
O manual do estilo Chicago é principalmente uma referência para manuscritos que serão publicados como livros. Para uma tese de mestrado [e papéis semelhantes], você iria encontrar Kate L. Turabian, Um Manual para escritores... A base de um estilo de pesquisa é a documentação para formatar notas e referências. O novo Manual Turabian dedica cinco capítulos para a documentação, embora a formatação da página para projetos esteja faltando. Outra novidade desta edição é um guia para escrever trabalhos de pesquisa. A última edição do Manual de Estilo de Chicago foi totalmente reescrita em estilo contemporâneo mais leve.
MLA Style
O estilo Modern Language Association (MLA) é uma variante sensata do estilo Chicago, amplamente utilizado na área de humanas. A base atual é sétima edição do Manual MLA (2009) e PMLA (Publicações da Modern Language Association).
A MLA desenvolveu um estilo de pesquisa contemporâneo para satisfazer às necessidades dos estudiosos da literatura moderna e das ciências humanas. É um estilo fácil de usar e bem documentado no Manual MLA para escritores de trabalhos de pesquisa, uma referência essencial para qualquer estudante sério na área de humanas.
O Manual do MLA é focado na preparação de documentos para as aulas da faculdade. É bem escrito e bem organizado. No entanto, ele é fraco quanto ao estilo, ignorando características comuns a artigos publicados em revista da própria MLA, PMLA (Publicações da MLA). Isso é explicado em MLA Lite com os requisitos essenciais do estilo, revisado e atualizado para a última edição de 2009 do Manual MLA.
Normas da ABNT
Por fim, e por último, as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT), que não configuram um manual de estilo em sim, mas diversas normas esparsas e em contínua atualização. De longe, são as piores normas que, em confronto e conflito, se conjugam para formar um caos estilístico em torno do qual orbitam as publicações e documentações acadêmicas brasileiras – quando não optam por um estilo estrangeiro. O motivo principal desse problema é que a ABNT é uma entidade que visa e distribui lucro e no que se refere a normas editoriais, está obsoleta pelo menos em algumas décadas, gerando uma miríade de normas confusas e sempre sujeitas a interpretações conflitantes por parte dos autores dos diferentes manuais universitários que as compilam.
As normas da ABNT – pelo menos no aspecto editorial – são mais um ônus com que arcamos no sentido de serem um obstáculo quando deveriam ser subsídio. Sugerimos fugir delas sempre que possível. Uma forma de fazer isso é adotar o estilo Chicago, em que as Normas da ABNT são baseadas; poucos serão os que notarão a diferença e só haverá lucro.
