Os enfoques psicogenéticos começaram a ocupar-se de aspectos geracionais da da escrita e adentraram nos processos de produção e revisão textual.
A psicolinguística analisa qualquer processo que diz respeito à comunicação humana mediante uso da linguagem - no caso, interessa-nos a produção e a revisão do texto. Como essa ciência também estuda os fatores que afetam a decodificação, ou seja, as estruturas psicológicas que nos capacitam a entender expressões, palavras, orações, textos - e é sobre esses elementos que atua o revisor,em primeira instância - existe uma flagrante tendência de se limitar a revisão a estes pontos, quando há bem mais que isso em pauta, já que a compreensão da matriz da codificação é a base do aperfeiçoamento do processo comunicacional.![]() |
A complexidade do processo de redação é a mesma que encontramos na revisão do texto. |
Os trabalhos psicolinguísticos que têm se ocupado produção escrita e da revisão de textos reconhecem duas grandes orientações: cognitivistas e psicogenéticas.
As abordagens cognitivistas são consideradas pioneiras no
estudo dos processos redacionais, daí sua importância também para a revisão de
textos. Não obstante, se verá que elas implicam em uma visão dicotômica sobre
as condutas de escritores especialistas e revisores no processo construção do
texto, assim como uma visão restritiva da interação entre eles e colocam
limites sobre a utilidade de seus resultados ou, ao menos, fazem necessária uma
ressignificação deles.
De sua parte, os enfoques psicogenéticos começaram a
ocupar-se de aspectos geracionais da aquisição da escrita e, mais recentemente,
adentraram nos processos de produção textual. Essa perspectiva se mostra de
enorme utilidade para teoria da revisão porque, como é coerente com esta linha
de pesquisa, não a trata de uma descrição de condutas sucessivas, mas de uma
interpretação psicogenética do processo de transformação da compreensão de um
objeto – o texto. Isto é, não só se descrevem os modos de ser, mas se explicam
porque autores agem das maneiras descritas e de que modo se transformam as
formas de compreensão do objeto. Por outro lado, nesta linha se distinguem
clara e explicitamente os trabalhos psicolinguísticos dos sociolinguísticos,
porém, compartilhando uma mesma posição epistemológica segundo a qual em que ambos
há sujeitos concebidos como coautores ativos do objeto, ao mesmo tempo em que
se reconhece o caráter de construção histórico-cultural partilhado do texto.